quarta-feira, 18 de maio de 2011

2ª fase de Álvaro de Campos: a fase futurista (1)

2ª FASE DE ÁLVARO DE CAMPOS
-FUTURISTA/SENSACIONISTA “Ser tudo de todas as maneiras”
Nesta fase, Álvaro de Campos celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna. Sente-se, nos poemas, uma atracção quase erótica pelas máquinas, símbolo da vida moderna. Campos apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina por oposição à beleza tradicionalmente concebida. Exalta o progresso técnico, essa “nova revelação metálica e dinâmica de Deus”. A “Ode Triunfal” ou a “Ode Marítima” são bem o exemplo desta intensidade e totalização das sensações. A par da paixão pela máquina, há a náusea, a neurastenia provocada pela poluição física e moral da vida moderna.
      A título de síntese, podemos dizer que:
o        -exalta o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna.
-apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina.
-exalta o progresso técnico, a velocidade e a força.
-procura da chave do ser e da inteligência do mundo torna-se desesperante.
-canta a civilização industrial.
-recusa as verdades definitivas.
-procura a totalização das sensações: sente a complexidade e a dinâmica da vida moderna e, por isso, procura sentir a violência e a força de todas as sensações – “sentir tudo de todas as maneiras”.
-cativo dos sentidos, procura dar largas às possibilidades sensoriais ou tenta reprimir, por temor, a manifestação de um lado feminino.
-exprime a energia ou a força que se manifesta na vida.

Estilisticamente: introduz na linguagem poética a terminologia do mundo mecânico citadino e cosmopolita; usa versos livres, vigorosos, submetidos à expressão da sensibilidade, dos impulsos, das emoções (através de frases exclamativas, de apóstrofes, onomatopeias e oxímoros)
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Discípulo embora de Caeiro, desde logo, porém, se coloca num terreno oposto ao dele. Enquanto Caeiro via tudo simples, nítido, positivo e sereno, dispensando toda a espécie de doutrinas e filosofias  para fundamentar a sua felicidade e o seu optimismo, Álvaro de Campos desde logo se vê obrigado a recorrer a uma teoria que justifique a sua ética do dinamismo e da violência, da civilização e da força. Discípulo de Caeiro na aparência, reproduz a lição de Marinnetti e de Walt Whitman.
        

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