sábado, 4 de junho de 2011

A Mensagem e Os Lusíadas

Os Lusíadas de Camões são, obrigatoriamente, uma referência cultural para Fernando Pessoa, na construção da sua Mensagem.

Escreva um texto, de 80 a 120 palavras, que aborde alguns pontos de aproximação e/ou de distanciação entre as duas obras, impregnadas de mitologia, misticismo e simbologia.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

2ª fase de Álvaro de Campos: a fase futurista(2)

Ode Triunfal
1. Orientações de Leitura do Poema
a) A estética não aristotélica (estética da força, em oposição à estética da beleza) realiza-se em textos eufóricos, triunfalistas, sensacionistas, cantando o espasmo da vertigem das sensações provindas das máquinas, das realizações da técnica industrial e dos ruídos das multidões.
b) A. Campos pretende “sentir tudo de todas as maneiras”, por isso transporta para este poema toda a gama de sensações, mesmo as que provêm de grupos marginais. Todavia, a sua atitude transbordante não esconde a manifestação de uma crise, que é, de certa maneira, a doença da civilização moderna. Daí os aspectos negativos ironicamente focalizados.
c) É necessário distinguir neste texto aspectos de sensacionismo e de futurismo.
d) É possível distinguir neste texto, apesar da sua extensão, uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.
e) O tempo merece também uma atenção especial, já que são anuladas as fronteiras entre passado, presente e futuro. O presente é o instante, a concentração de todos os tempos.
f) Espírito do Poeta face ao mundo da grande técnica moderna – influência de Pessoa-ortónimo

Ideal de A. Campos neste poema = “sentir tudo de todas as maneiras”; sentir tudo numa “histeria de sensações”; sentir tudo e identificar-se com tudo, mesmo com as coisas mais aberrantes [“Ah!, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! / Ser completo como uma máquina!/(...) / Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, / Rasgar-me todo, abrir-me completamente, (...)/ A todos os perfumes de óleos e calores e carvões(...), vv.26-31]
Todo o prazer do poeta está, pois, em revelar-se como um “monte confuso de forças”, um “eu” universo donde jorra a volúpia sensual de ser tudo, uma espécie de “prostituição febril às máquinas”. Este ideal é o oposto do ideal da estética aristotélica, que punha toda a ênfase na ideia da beleza, no conceito do agradável, no equilíbrio comandado pela inteligência.
Na poesia de Campos, em vez da bela harmonia clássica saída da clara inteligência, há a caótica força explosiva saída de um subconsciente em convulsão. A sua poesia revela-se, assim, como um novo processo de descompressão do subconsciente de Pessoa, sempre torturado pela inteligência, pela “dor de pensar”.

Análise semântica
Excesso de sensações

Sensação visual: “À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas” (v.1)

Sensação auditiva: “De vos ouvir demasiadamente de perto” (v.11)

Sensação táctil: “Tenho os lábios secos” (v.10)

Sensação olfactiva: “A todos os perfumes de óleos e calores de carvão” (v.31)

Global:
- “Como eu vos amo de todas as maneiras,/Com os olhos e com os ouvidos e com o olfacto/E com o tacto (o que apalpar-vos representa para mim!)/E com a inteligência como uma antena que fazeis vibrar!/Ah!, como todos os meus sentidos têm cio de vós!” (vv.87-91)

Paixão

“Amo-vos a todos, a tudo, como uma fera./Amo-vos carnivoramente.” (vv.105-106)
Violência
“À dolorosa luz das lâmpadas eléctricas da fábrica” (v.1)

Erotismo e Sadomasoquismo
- “Possuo-vos como a uma mulher bela” (v.116)

 “Eu podia morrer triturado por um motor/Com o sentimento de deliciosa entrega duma mulher possuída./Atirem-me para dentro das fornalhas!/Metam-me debaixo dos comboios!/Espanquem-me a bordo de navios!/Masoquismo através de maquinismos!/Sadismo de não sei quê moderno e eu e barulho!” (vv. 134-140)

 “Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.” (v.25)

“Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, / Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento / A todos os perfumes de óleos e calores e carvões / Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!” (vv.29-32)

Identificação/Fusão com os maquinismos
“Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!” (vv.26-27)

Uso da ironia, para exprimir a face negativa da civilização industrial.
“escrocs exageradamente bem vestidos”: além da ironia, está aqui presente a antítese entre
a compostura exterior (vestuário) dos escrocs e as suas intenções:
“Chefes de família vagamente felizes”: o advérbio “vagamente” projecta sobre a felicidade
dos chefes de família a sombra do cansaço (fartos de viver);
“Banalidade interessante.../ Das burguesinhas.../ Que andam na rua com um fim
qualquer”: de assinalar são a palavra “burguesinhas” e a expressão “com um fim qualquer”, já que
mostram a existência de uma antítese entre o aspecto exterior das burguesinhas (diminutivo irónico) e as suas obscuras intenções;
“A maravilhosa beleza das corrupções políticas, / Deliciosos escândalos financeiros e
diplomáticos”: a adjectivação antitética assume aqui a forma de oxímoro.


_ outras antíteses presentes no poema são:
“tudo o que passa e nunca passa”: exprime a concentração do passado no presente, ou a
continuidade dos acontecimentos do dia-a-dia.;
“O ruído cruel e delicioso da civilização de hoje”: antítese que reflecte os sentimentos
contraditórios do poeta em relação à civilização industrial.
_ presença de metáforas e imagens expressivas, tais como:
“Arde-me a cabeça de vos querer cantar”; “Grandes trópicos humanos de ferro, fogo e força”
“Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável”
“Nos cafés, oásis de inutilidade ruidosas” “Quilhas de chapa de ferro sorrindo
Através destas imagens e metáforas, o sujeito poético mostra a forma como vibra com as coisas da civilização industrial (com a fúria do movimento das máquinas. Além disso, dá também uma imagem muito negativa dos cafés, com ruídos inúteis; apresentando, ainda, a imagem dos navios ancorados:
“quilhas de chapa de ferro sorrindo”.

Análise fónica e morfossintáctica
Frases exclamativas que sublinham a reacção emocional do sujeito poético

Interjeições que reforçam a importância conferida às emoções do sujeito poético. (espanto, alegria, animação, etc.)
Ó!; Olá!; Eia!; Eh-lá!;
Enumerações remetem para uma expressão pautada pela emoção e não pela razão.

Desvios sintácticos:
Acentuam a ideia de espontaneidade do discurso emotivo do sujeito poético.
“fera para a beleza de tudo isto”; “todos os nervos dissecados fora” (v.8)



2ª fase de Álvaro de Campos: a fase futurista (1)

2ª FASE DE ÁLVARO DE CAMPOS
-FUTURISTA/SENSACIONISTA “Ser tudo de todas as maneiras”
Nesta fase, Álvaro de Campos celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna. Sente-se, nos poemas, uma atracção quase erótica pelas máquinas, símbolo da vida moderna. Campos apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina por oposição à beleza tradicionalmente concebida. Exalta o progresso técnico, essa “nova revelação metálica e dinâmica de Deus”. A “Ode Triunfal” ou a “Ode Marítima” são bem o exemplo desta intensidade e totalização das sensações. A par da paixão pela máquina, há a náusea, a neurastenia provocada pela poluição física e moral da vida moderna.
      A título de síntese, podemos dizer que:
o        -exalta o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna.
-apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina.
-exalta o progresso técnico, a velocidade e a força.
-procura da chave do ser e da inteligência do mundo torna-se desesperante.
-canta a civilização industrial.
-recusa as verdades definitivas.
-procura a totalização das sensações: sente a complexidade e a dinâmica da vida moderna e, por isso, procura sentir a violência e a força de todas as sensações – “sentir tudo de todas as maneiras”.
-cativo dos sentidos, procura dar largas às possibilidades sensoriais ou tenta reprimir, por temor, a manifestação de um lado feminino.
-exprime a energia ou a força que se manifesta na vida.

Estilisticamente: introduz na linguagem poética a terminologia do mundo mecânico citadino e cosmopolita; usa versos livres, vigorosos, submetidos à expressão da sensibilidade, dos impulsos, das emoções (através de frases exclamativas, de apóstrofes, onomatopeias e oxímoros)
ü 
   
Discípulo embora de Caeiro, desde logo, porém, se coloca num terreno oposto ao dele. Enquanto Caeiro via tudo simples, nítido, positivo e sereno, dispensando toda a espécie de doutrinas e filosofias  para fundamentar a sua felicidade e o seu optimismo, Álvaro de Campos desde logo se vê obrigado a recorrer a uma teoria que justifique a sua ética do dinamismo e da violência, da civilização e da força. Discípulo de Caeiro na aparência, reproduz a lição de Marinnetti e de Walt Whitman.
        

Alvaro de Campos: apresentação

ÁLVARO DE CAMPOS: o filho indisciplinado da sensação

Álvaro de Campos nasceu em Tavira, no dia 15 de Outubro de 1890 (às 1.30 da tarde …). Este, como sabe, é engenheiro naval (por Glasgow), mas agora está aqui em Lisboa em inactividade. (…)Álvaro de Campos é alto (1,75 m de altura, mais 2 cm do que eu), magro e um pouco tendente a curvar-se. (…)Campos entre branco e moreno, tipo vagamente de judeu português, cabelo, porém, liso e normalmente apartado ao lado, monóculo. (…) Álvaro de Campos teve uma educação vulgar de liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Ensinou-lhe latim um tio beirão que era padre.

"Álvaro de Campos surge quando sinto um súbito impulso para escrever e não sei o quê." Fernando Pessoa, Correspondência 1923-35,


ALVARO DE CAMPOS E OS OUTROS HETERÓNIMOS:

O próprio Pessoa considera que Campos se encontra no «extremo oposto, inteiramente oposto, a Ricardo Reis», apesar de ser como este um discípulo de Caeiro.
Campos  é o “filho indisciplinado da sensação e para ele a sensação é tudo. O sensacionismo faz da sensação a realidade da vida e a base da arte. O eu do poeta tenta integrar e unificar tudo o que tem ou teve existência ou possibilidade de existir.
Este heterónimo aprende de Caeiro a urgência de sentir, mas não lhe basta a «sensação das coisas como são»: procura a totalização das sensações e das percepções conforme as sente, ou como ele próprio afirma “sentir tudo de todas as maneiras”.
Engenheiro naval e viajante, Álvaro de Campos é configurado “biograficamente” por Pessoa como vanguardista e cosmopolita, espelhando-se este seu perfil particularmente nos poemas em que exalta, em tom futurista, a civilização moderna e os valores do  progresso.
carta astral de Álvaro de Campos                 
 Cantor do mundo moderno, o poeta procura incessantemente “sentir tudo de todas as maneiras”, seja a força explosiva dos mecanismos, seja a velocidade, seja o próprio desejo de partir. “Poeta da modernidade”, Campos tanto celebra, em poemas de estilo torrencial, amplo, delirante e até violento, a civilização industrial e mecânica, como expressa o desencanto do quotidiano citadino, adoptando sempre o ponto de vista do homem da cidade.

"Poeta sensacionista e por vezes escandoloso (qualificativos da carta de Pessoa a Casais Monteiro), Campos é o primeiro a retratar-se e a referir circunstâncias biográficas, o que reforça a simulação e daria ao próprio Fernando Pessoa estímulos para se manter na pele de heterónimo. Descreve-se «de monóculo e casaco exageradamente cintado», «franzino e civilizado», «pobre engenheiro preso/A sucessibilíssimas vistorias». Escreve, febril, «à dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica», ou, no seu cubículo, ouvindo o «tic-tac estalado das máquinas de escrever».
Dos vários heterónimos é aquele que mais sensivelmente percorre uma curva evolutiva. " J. P. Coelho, Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa

Análise de texto: poema Fernando Pessoa ortónimo

Paira à tona de água
Uma vibração,
Há uma vaga mágoa
No meu coração.

Não é porque a brisa
Ou o que quer que seja
Faça esta indecisa
Vibração que adeja¹,
Nem é porque eu sinta
Uma dor qualquer.
Minha alma é indistinta,
Não sabe o que quer.

É uma dor serena,
Sofre porque vê.
Tento tanta pena!
Soubesse eu de quê! ...


           ¹ adejar: esvoaçar                                      
 Fernando Pessoa, in Poesias – Ortónimo,
                                                                                         
1. Minha alma é indistinta, / Não sabe o que quer».

1.1. Explicite o estado de espírito do sujeito poético.

1.2. Faça o levantamento dos elementos que, no poema, sugerem a noção da «indefinição» aí expressa.
1.3. Classifique, morfologicamente, as palavras sublinhadas.
2. Saliente o valor das reticências usadas no último verso do poema.

3. Explique o sentido dos dois últimos versos do poema.


Questão de desenvolvimento: Alberto Caeiro

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples. (…)
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.(…)
Compreendi que as coisas são todas reais e todas diferentes umas das outras:
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento. (…)
Além disso fui o único poeta da Natureza.

                                               Alberto Caeiro in: Poemas Inconjuntos

Num texto expositivo bem estruturado, de oitenta a cento e trinta palavras, comente os versos de Alberto Caeiro acima transcritos, referindo-se às temáticas da poesia deste heterónimo que neles estão enunciadas.

Exercício de gramática 6

Lê, atentamente, o texto que se segue:

Era um homem que sabia idiomas e fazia versos.(…) Começou por se chamar Fernando, pessoa como toda a gente. (…) Naturalmente, a sua vida era feita de dias, e dos dias sabemos nós que são iguais mas não se repetem, por isso não surpreende que em um desses, ao passar Fernando diante do espelho, nele tivesse percebido de relance, outra pessoa. (…) havia um homem a olhar de dentro do espelho, e esse homem não era Fernando Pessoa. Era até um pouco mais baixo, tinha a cara a puxar para o moreno, toda ela rapada. Num movimento inconsciente, Fernando levou a mão ao lábio superior, depois respirou com infantil alívio, o bigode estava lá. (…) A terceira figura tardou uns segundos, era um homem do tipo daqueles que têm saúde para dar e vender, com ar inconfundível de engenheiro (…).
                                                                              Ao Espelho, José Saramago in: Cadernos de Lanzarote.

1.                  Assinale se as afirmações que se seguem são verdadeiras (V) ou falsas (F), corrigindo as falsas. 


1.1 A forma verbal “fazia” encontra-se no pretérito perfeito do indicativo, 3ª pessoa do singular.

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1.2 Na frase “a sua vida era feita de dias”, a expressão “feita de dias” desempenha a função de  predicativo do sujeito.

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1.3 O vocábulo espelho é um nome comum, concreto, não contável.

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1.4 Na fraseesse homem não era Fernando Pessoa”, a expressão “Fernando Pessoa” é o sujeito da forma verbal “era”.

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1.5 Na frase “Era até um pouco mais baixo”, o adjectivo “baixo” encontra-se no grau normal.

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1.6 Na frase “o bigode estava lá” a expressão “estava lá” desempenha a função de predicativo do sujeito.

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1.7 Na frase Num movimento inconsciente, Fernando levou a mão ao lábio superior, depois respirou com infantil alívio, o bigode estava lá” estão presentes três adjectivos qualificativos.

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1.8 O vocábulo inconfundível é um adjectivo relacional em posição pré-nominal.

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terça-feira, 17 de maio de 2011

Exercício de gramática5

Leia o texto seguinte.

Camões viveu a fase terminal da expansão portuguesa e, depois, a da decadência e do desmoronamento político do seu país. (...) Mas, ao mesmo tempo, Camões viveu um período intelectual singular da história sociocultural, económica e política de Portugal, da Europa e do Mundo.
(...) Com as navegações, os homens acabavam de adquirir novas dimensões, muitas vezes contraditórias, para o pensamento, e novos horizontes, muitas vezes alucinantes, para a sua errância, o que tornava possível a mistura de vontade e audácia, especulação e riqueza, viagem e perigo, livre-arbítrio e fatalismo. Tudo isso os levava a viver dramaticamente uma época em que os mais esclarecidos viam a aventura portuguesa como uma forma de expansão europeia sob o denominador comum que lhes era possível conceber: a propagação da fé cristã. (...)
A ideologia dominante, consciente do alcance universal das descobertas portuguesas e comparando-as às narrativas fabulosas dos feitos heróicos da antiguidade clássica, concluía pela superioridade das expedições modernas e aspirava a vê-las cantadas sob o modelo clássico da epopeia, dimensão que faltava ainda à glória que tais feitos mereciam e que poderia fazê-la valer em toda a parte. A viagem de Bartolomeu Dias (passagem do Cabo da Boa Esperança, em 1488), quatro anos antes de Colombo e muito mais do que a jornada deste, abriu novas perspectivas para a revolução da noção de espaço planetário, podendo, por isso, ser justamente considerada o limiar de uma nova era. Dez anos depois, a viagem de Vasco da Gama (1497/98) tinha sido a que mais radicalmente contribuíra para a transformação da civilização europeia e da História do Mundo. E houvera ainda, ao longo de décadas, muitas outras viagens portuguesas da maior importância. Mas faltava ainda a dimensão da glorificação pela criação artística, relativamente aos feitos de que provinha tão grande transformação (...) e que haviam gerado tão grande massa de informações acumuladas sobre os descobrimentos portugueses, informações essas que todos, príncipes, homens políticos e de ciência, eclesiásticos e intelectuais, aventureiros, viajantes, marinheiros, piratas, diplomatas e espiões, buscavam avidamente na Europa.
Vasco Graça Moura, «Camões e os Descobrimentos», in Oceanos, n.º 10, Abril, 1992 (adaptado)

Seleccione, em cada um dos itens de 1 a 7, a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção correcta.

1. Em relação às proezas exaltadas na antiguidade clássica, os contemporâneos de Camões consideraram a expansão portuguesa de importância
(A) similar.
(B) irrelevante.
(C) superior.
(D) inconcebível.

2. A aventura portuguesa entendida como uma forma de divulgação do cristianismo traduz o pensamento da classe mais
(A) inculta.
(B) instruída.
(C) poderosa.
(D) belicosa.

3. A passagem do Cabo da Boa Esperança, no século XV,
(A) marcou o término da aventura portuguesa.
(B) constituiu um hiato na evolução do conhecimento.
(C) marcou o começo de uma nova época.
(D) constituiu um embargo ao avanço científico.
4. As expressões textuais «expansão portuguesa» (linha 1), «aventura portuguesa» (linha 9), «descobertas portuguesas» (linha 11) e «descobrimentos portugueses» (linha 23) contribuem para a coesão
(A) frásica.
(B) lexical.
(C) interfrásica.
(D) temporal.

5. Os termos «livre-arbítrio» (linha 8) e «fatalismo» (linha 8) mantêm entre si uma relação semântica de
(A) equivalência.
(B) hierarquia.
(C) oposição.
(D) inclusão.

6. Em «para a sua errância» (linhas 6 e 7) «sua» remete para
(A) «as navegações» (linha 5).
(B) «os homens» (linha 5).
(C) «o pensamento» (linha 6).
(D) «novos horizontes» (linha 6).

7. A forma verbal «haviam gerado» (linha 22) encontra-se no
(A) pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo.
(B) pretérito mais-que-perfeito do conjuntivo.
(C) pretérito perfeito composto do indicativo.
(D) pretérito perfeito do conjuntivo.

8. Faça corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo a obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.
Escreva, na folha de respostas, as letras e os números correspondentes. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez



(a)   Com o conector «Mas» (linha 2),

(b)   Ao usar o pronome átono «os» (linha 8),

(c)   Ao usar parênteses (linha 15),

(d)   Ao mencionar a viagem de Bartolomeu Dias, a de Vasco da Gama e outras viagens portuguesas, nas linhas 15 a 20,

      (e) Com o advérbio «avidamente» (linha 25),



(1)      o enunciador constrói uma relação de simultaneidade com a escrita da epopeia.

(2)      o enunciador fundamenta a ideia exposta no segundo parágrafo do texto.

(3)      o enunciador introduz uma perspectiva de outro autor, relativamente aos factos apresentados.

(4)      o enunciador clarifica a referência de uma expressão nominal.

(5)      o enunciador desvaloriza a importância dos factos apresentados.

(6)      o enunciador introduz uma relação de contraste.

(7)      o enunciador introduz um modificador do predicado.

(8)      o enunciador retoma um referente expresso na primeira linha do parágrafo.