terça-feira, 17 de maio de 2011

Exercício de gramática5

Leia o texto seguinte.

Camões viveu a fase terminal da expansão portuguesa e, depois, a da decadência e do desmoronamento político do seu país. (...) Mas, ao mesmo tempo, Camões viveu um período intelectual singular da história sociocultural, económica e política de Portugal, da Europa e do Mundo.
(...) Com as navegações, os homens acabavam de adquirir novas dimensões, muitas vezes contraditórias, para o pensamento, e novos horizontes, muitas vezes alucinantes, para a sua errância, o que tornava possível a mistura de vontade e audácia, especulação e riqueza, viagem e perigo, livre-arbítrio e fatalismo. Tudo isso os levava a viver dramaticamente uma época em que os mais esclarecidos viam a aventura portuguesa como uma forma de expansão europeia sob o denominador comum que lhes era possível conceber: a propagação da fé cristã. (...)
A ideologia dominante, consciente do alcance universal das descobertas portuguesas e comparando-as às narrativas fabulosas dos feitos heróicos da antiguidade clássica, concluía pela superioridade das expedições modernas e aspirava a vê-las cantadas sob o modelo clássico da epopeia, dimensão que faltava ainda à glória que tais feitos mereciam e que poderia fazê-la valer em toda a parte. A viagem de Bartolomeu Dias (passagem do Cabo da Boa Esperança, em 1488), quatro anos antes de Colombo e muito mais do que a jornada deste, abriu novas perspectivas para a revolução da noção de espaço planetário, podendo, por isso, ser justamente considerada o limiar de uma nova era. Dez anos depois, a viagem de Vasco da Gama (1497/98) tinha sido a que mais radicalmente contribuíra para a transformação da civilização europeia e da História do Mundo. E houvera ainda, ao longo de décadas, muitas outras viagens portuguesas da maior importância. Mas faltava ainda a dimensão da glorificação pela criação artística, relativamente aos feitos de que provinha tão grande transformação (...) e que haviam gerado tão grande massa de informações acumuladas sobre os descobrimentos portugueses, informações essas que todos, príncipes, homens políticos e de ciência, eclesiásticos e intelectuais, aventureiros, viajantes, marinheiros, piratas, diplomatas e espiões, buscavam avidamente na Europa.
Vasco Graça Moura, «Camões e os Descobrimentos», in Oceanos, n.º 10, Abril, 1992 (adaptado)

Seleccione, em cada um dos itens de 1 a 7, a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção correcta.

1. Em relação às proezas exaltadas na antiguidade clássica, os contemporâneos de Camões consideraram a expansão portuguesa de importância
(A) similar.
(B) irrelevante.
(C) superior.
(D) inconcebível.

2. A aventura portuguesa entendida como uma forma de divulgação do cristianismo traduz o pensamento da classe mais
(A) inculta.
(B) instruída.
(C) poderosa.
(D) belicosa.

3. A passagem do Cabo da Boa Esperança, no século XV,
(A) marcou o término da aventura portuguesa.
(B) constituiu um hiato na evolução do conhecimento.
(C) marcou o começo de uma nova época.
(D) constituiu um embargo ao avanço científico.
4. As expressões textuais «expansão portuguesa» (linha 1), «aventura portuguesa» (linha 9), «descobertas portuguesas» (linha 11) e «descobrimentos portugueses» (linha 23) contribuem para a coesão
(A) frásica.
(B) lexical.
(C) interfrásica.
(D) temporal.

5. Os termos «livre-arbítrio» (linha 8) e «fatalismo» (linha 8) mantêm entre si uma relação semântica de
(A) equivalência.
(B) hierarquia.
(C) oposição.
(D) inclusão.

6. Em «para a sua errância» (linhas 6 e 7) «sua» remete para
(A) «as navegações» (linha 5).
(B) «os homens» (linha 5).
(C) «o pensamento» (linha 6).
(D) «novos horizontes» (linha 6).

7. A forma verbal «haviam gerado» (linha 22) encontra-se no
(A) pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo.
(B) pretérito mais-que-perfeito do conjuntivo.
(C) pretérito perfeito composto do indicativo.
(D) pretérito perfeito do conjuntivo.

8. Faça corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo a obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.
Escreva, na folha de respostas, as letras e os números correspondentes. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez



(a)   Com o conector «Mas» (linha 2),

(b)   Ao usar o pronome átono «os» (linha 8),

(c)   Ao usar parênteses (linha 15),

(d)   Ao mencionar a viagem de Bartolomeu Dias, a de Vasco da Gama e outras viagens portuguesas, nas linhas 15 a 20,

      (e) Com o advérbio «avidamente» (linha 25),



(1)      o enunciador constrói uma relação de simultaneidade com a escrita da epopeia.

(2)      o enunciador fundamenta a ideia exposta no segundo parágrafo do texto.

(3)      o enunciador introduz uma perspectiva de outro autor, relativamente aos factos apresentados.

(4)      o enunciador clarifica a referência de uma expressão nominal.

(5)      o enunciador desvaloriza a importância dos factos apresentados.

(6)      o enunciador introduz uma relação de contraste.

(7)      o enunciador introduz um modificador do predicado.

(8)      o enunciador retoma um referente expresso na primeira linha do parágrafo.













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